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O Coronavirus e a relação pais e filhos



Desde 1997, que eu possuo filho em escola. Começou quando a Mariana entrou na creche, com um ano de idade, e perdura, até hoje, com o Eduardo terminando o Ensino Médio. Lá se vão 23 anos!!!


Durante todo este tempo, todas as escolas pelas quais meus filhos passaram, no Brasil ou na China, eram unânimes em apontar a necessidade da participação dos pais na instrução dos filhos. A famosa dupla: escola-família.


Minha terapeuta já dizia que, assim como gostamos que nossos parceiros ou amigos nos perguntem “como foi o trabalho hoje?”, as crianças também gostam de poder dividir com os pais o que elas experimentaram na escola. Em resumo, melhor do que fazer o dever de casa como o filho é perguntar o que ele aprendeu no colégio, naquele dia.


E onde entra o coronavirus nisso tudo?


O homeschooling, ou “educação escolar em casa”, está aproximando os pais da realidade escolar do filho. Ou melhor, está forçando os pais a se inteirar do que as crianças vêm aprendendo na escola e a participar, diretamente, do seu aprendizado.


Em vez de dar “enter” no Google, os filhos estão tendo a chance de perguntar para os pais suas dúvidas. E os pais, se forem espertos, estão aproveitando para estimular a curiosidade das crianças, através de exemplos que tenham a ver com a realidade delas.


Um bolo, feito a quatro mãos, traz embutido não apenas ovos, farinha e açúcar, mas também uma aula de matemática, uma de ciências e outra de artes. Sem falar que, o produto final é bem mais interessante e gostoso do que encontrar o resultado de uma conta de multiplicar.


E isso não é o principal legado do vírus para a relação pais e filhos.


Apesar do estresse de manter crianças super energizadas trancadas em casa, o distanciamento social está criando uma maior interação entre eles.


Assim como eu, tenho certeza de que vocês vêm observando uma quantidade enorme de posts de pais fazendo aula de ginástica com os filhos, montando teatrinho juntos, jogando videogames, descobrindo fotos antigas, brincando de caça ao tesouro, tocando, dançando e cantando.


O home office está permitindo que famílias almocem e jantem juntos e dividam suas alegrias e tristezas.


Impossível esconder de uma criança que se está com medo da situação atual. Mas impagável a oportunidade de mostrar, para ela, que o medo é natural e que existem formas de lidar com ele. Crianças não sabem colocar em palavras o que estão sentindo e, esse papel, cabe aos pais.


Quando tudo passar, espero que tenhamos a inteligência de trocar hábitos antigos e rançosos pelos novos e fresquinhos, que aprendemos apenas por termos sido obrigados a ficar em casa. E que, o distanciamento social acabe criando uma aproximação profunda e duradoura entre nós e nossos filhos.


E, então, terá valido a pena.

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