Christiane Dumont

Mar 8, 20203 min

Para mulheres de verdade

Updated: Mar 12, 2020

Para todas as mulheres que gostariam de ser mais magras ou ter mais peito e bunda; que preferiam ter nascido com cabelo liso; que esperam pelo príncipe encantando, mas não podem confessar porque soa como submissão; que teriam preferido largar o trabalho para ficar com os filhos pequenos, mas não tiveram dinheiro ou coragem para fazer; para as que trabalharam até o fim da licença maternidade com as pernas inchadas e os peitos explodindo para provar que poderiam se manter super profissionais até a bolsa estourar; para aquelas que perderam o tesão quando os filhos eram bebês, mas permaneciam transando com seus companheiros; por aquelas que gostariam de ficar mais um tempinho na cama, mas levantam para malhar porque dizem que é preciso estar saudável e sarada; para aquelas que se preocupam com o relógio biológico e se angustiam a cada nova relação amorosa desfeita; para aquelas que sentem calores repentinos, mas têm vergonha de assumir a aproximação da menopausa; para aquelas que não sabem mais se seguiram a carreira certa e ficam se perguntando se ainda dá tempo de mudar; para aquelas que sabem das pequenas infidelidades dos parceiros, mas preferem fingir que não ligam; para aquelas que sabem que a felicidade nas redes sociais é fake, mas continuam achando que são as únicas se sentindo sozinhas; para aquelas que foram abusadas, mas guardam em segredo com medo de serem julgadas; para as que se separaram e fazem das tripas coração para os filhos não perceberem a ausência do pai; que controlam a casa, o marido, os filhos e não aguentam o peso que elas mesmas colocam em seus próprios ombros; que são lindas e poderosas, mas não conseguem achar um parceiro que enxergue o ser humano frágil dentro delas; que tiveram mães que não souberam ser mães; que sofreram bullying e hoje acham que não merecem cuidado e atenção; que foram educadas para serem as mais bonitas da festinha e não conseguem aceitar o próprio corpo; para aquelas que se sentem 20 anos mais novas e não se reconhecem mais no espelho; para aquelas que abriram mão de tudo pela família e não se sentem reconhecidas pelo marido e filhos; para aquelas que ficaram solteiras por escolha própria e precisam ficar dando satisfação a todo mundo; que gostariam que os parceiros soubessem expressar suas emoções com mais delicadeza; que seguram a onda das amigas, mesmo quando não estão dando conta nem dos próprios problemas; para as que não tiveram infância e compensam dando aos filhos o que há de melhor; para as que sentem discriminadas no trabalho, mas duvidam de si mesmas e se questionam se não estão exagerando; para as que acreditaram e foram traídas; para as que sabem que estão virando escravas de um padrão de beleza, mas não conseguem sair fora do sistema; para as que preferem a companhia de uma outra mulher e não de um homem; para as que sentem rejeitadas, preteridas, invisíveis; para as que sabem que não estão com o parceiro certo, mas têm medo demais da solidão; para as que gostariam de jogar tudo para o alto e sair viajando por aí; para aquelas que querem sair do país para dar uma vida melhor para a família; para aquelas que viram os parceiros casarem novamente com mulheres muito mais novas e se sentiram insignificantes; para as que não suportam entrar em conflito e se calam diante de uma discussão; para as que não conseguem pedir um prato do cardápio sem modificar o acompanhamento; para as que acham que precisam ser perfeitas e que pedir ajuda é uma falha; para aquelas que têm medo de ter câncer de mama; de ficar demente; de perder um filho; para aquelas que perderam um filho e continuam vivendo apesar da dor crônica; para aquelas que cuidam das mães velhinhas e para todas as outras mulheres de verdade que eu admiro por tudo que faz delas humanas, desejo um Feliz Dia da Mulher!

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